Incontinência fecal: o que é e como pode afetar você na menopausa
A incontinência fecal, intestinal ou anal é uma rara complicação que ocorre durante a menopausa, mas devido à sua gravidade e sérias implicações é importante conhecê-la. Pode ser definida como a incapacidade de controlar a defecação (Shah, 2021). Além disso, como esperado, pode afetar a quem sofre de várias maneiras, deixamos alguns dados relacionados (Bedard, 2017; Bharucha, 2015; Mundet, 2015):
- Diminui a qualidade ou o prazer geral da vida.
- Sintomas irritantes.
- Aumenta as despesas médicas e produtos de higiene.
Por esta razão, o impacto da incontinência intestinal vai além deste distúrbio, afetando assim o bem-estar da pessoa. Se esse é o seu caso, ou se você quer saber um pouco mais sobre a incontinência fecal e sua relação com a menopausa, vamos lhe explicar a seguir.
Como é classificada a incontinência fecal?
Atualmente, não existe uma única maneira de classificar a incontinência intestinal. De tal modo, é dividido de acordo com sua origem (Bharucha, 2015):- Fraqueza do esfíncter anal: devido a traumas, doenças neurológicas e outras causas não traumáticas.
- Alterações de assoalho pélvico: aparecimento de fístulas, prolapso de órgão pélvico, entre outros.
- Doenças que inflamam o ânus: mal de Crohn, infecções, entre outros.
- Danos no sistema nervoso central: por exemplo, secundário a um acidente vascular cerebral.
- Distúrbios intestinais: doenças diarreicas infecciosas e não infecciosas (como síndrome do intestino irritável).
- Urgência: caracteriza-se pelo sentimento predominante de deposição, que não pode ser evitado ou controlado.
- Passivo: há uma saída lenta de fezes ao longo do dia.
- Combinado: há casos em que existe incontinência passiva alternada com necessidade urgente de defecar.
Qual a relação entre menopausa e incontinência fecal?
O período da menopausa é responsável por várias alterações que podem predispor o aparecimento da incontinência fecal, resumimos para você (Staller, 2017):- Com o fim da menstruação, há uma diminuição na produção de hormônios como o estrogênio.
- Esses hormônios promovem o crescimento e a manutenção dos músculos e órgãos do assoalho pélvico.
- Sem esse hormônio, pode ocorrer um enfraquecimento do assoalho pélvico, incluindo o esfíncter anal.
- Esse enfraquecimento é favorecido se houver lesões (incluindo cirurgias) ou doenças intestinais.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas de incontinência fecal incluem (Mayo Clinic, 2020; NIH, 2017):- Necessidade incontrolável de ir ao banheiro.
- Diarréia.
- Gases e flatulência.
- Prisão de ventre.
- Passagem passiva de fezes.
- Estresse emocional.
- Irritação ou lesão na pele ao redor do ânus.
Como é diagnosticada?
Para fazer o diagnóstico, o médico geralmente precisará apenas realizar um exame físico, mas para determinar a causa da incontinência, ele pode solicitar alguns exames, como (Clínica Mayo, 2020):- Exame retal digital.
- Manometria anorretal.
- Teste de ejeção de balão.
- Exames de imagem (como ultrassonografia, colonoscopia ou defecograma).
Tratamentos
O tratamento da incontinência intestinal pode ser complexo, exigindo uma combinação das seguintes medidas (Shah, 2021):- Medicamentos para melhorar a consistência das fezes ou tratar a causa subjacente.
- Em mulheres na pós-menopausa, a terapia de reposição hormonal pode ser necessária para tratar a incontinência.
- Dietas pobres em açúcares ou alimentos que podem causar diarreia.
- Treinamento de biorretroalimentação, consiste em exercícios para fortalecimento do assoalho pélvico.
- As cirurgias reconstrutivas são uma opção em pessoas com lesão do esfíncter anal ou alterações do reto.
Complicações da incontinência fecal
Se a incontinência não for tratada a tempo, pode desencadear certas complicações (Shah, 2021; Bharucha, 2015):- Infecções perianais, incluindo infecção do trato urinário.
- Dor ao depor.
- Depressão, ansiedade e outras alterações emocionais.
- Danos à pele e vasos sanguíneos ao redor do ânus.
Como prevenir a incontinência fecal na menopausa?
Você pode seguir algumas dicas que ajudam a controlar e, até certo ponto, prevenir essa incontinência (Continence Foundation of Australia, 2015):- Mantenha uma dieta equilibrada que inclua alimentos ricos em fibras.
- Realize exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, como os exercícios de Kegel.
- Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, principalmente exercícios aeróbicos, como caminhadas.
- Pratique bons hábitos de banheiro, indo urinar ou defecar somente quando sentir necessidade, tentando esvaziar completamente e sem pressa.
Agora que você conhece a incontinência fecal e seu impacto na qualidade de vida, além de seus sintomas, diagnósticos e tratamentos; compreenderá o seu impacto e importância nas mulheres na menopausa, por isso não hesite em ir ao médico, se precisar, e seguir os conselhos que aqui listamos.
Referências bibliográficas
Bedard, K., Heymen, S., Palsson, O. S., Bharucha, A. E., & Whitehead, W. E. (2017). Relationship between symptoms and quality of life in fecal incontinence. Neurogastroenterology & Motility, 30(3), e13241. https://doi.org/10.1111/nmo.13241 Bharucha, A. E., Dunivan, G., Goode, P. S., Lukacz, E. S., Markland, A. D., Matthews, C. A., Mott, L., Rogers, R. G., Zinsmeister, A. R., Whitehead, W. E., Rao, S. S., & Hamilton, F. A. (2015). Epidemiology, pathophysiology, and classification of fecal incontinence: state of the science summary for the National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) workshop. The American journal of gastroenterology, 110(1), 127–136. https://doi.org/10.1038/ajg.2014.396 Continence Foundation of Australia. (2015). Menopause and bladder and bowel control. https://www.continence.org.nz/pages/Menopause-and-bladder-and-bowel-control/128/ Mayo Clinic. (2020). Fecal incontinence. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/fecal-incontinence/symptoms-causes/syc-20351397 Mundet, L., Ribas, Y., Arco, S., & Clavé, P. (2015). Quality of Life Differences in Female and Male Patients with Fecal Incontinence. Journal of Neurogastroenterology and Motility, 22(1), 94–101. https://doi.org/10.5056/jnm15088 Pinheiro, C. (2021) Exame de colonoscopia: como é feito e para que serve. Veja Saúde. https://saude.abril.com.br/medicina/exame-de-colonoscopia-como-e-feito-e-para-que-serve/ Shah, R., & Villanueva Herrero, J. A. (2021). Fecal Incontinence. StatPearls Publishing. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459128/ Shopfisio. (2020). Exercícios de Kegel: o que é e as 8 melhores dicas como praticar. https://blog.shopfisio.com.br/exercicios-de-kegel/ Staller, K., Townsend, M. K., Khalili, H., Mehta, R., Grodstein, F., Whitehead, W. E., Matthews, C. A., Kuo, B., & Chan, A. T. (2017). Menopausal Hormone Therapy Is Associated With Increased Risk of Fecal Incontinence in Women After Menopause. Gastroenterology, 152(8), 1915–1921.e1. https://doi.org/10.1053/j.gastro.2017.02.005
Você Também Pode Gostar

JUNTE-SE A NÓS E GANHE 10% DE DESCONTO
Inscreva-se em nosso boletim informativo para acessar recursos, orientações e suporte gratuitos.