A transição para a menopausa é uma fase natural que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos, devido à diminuição dos hormônios (1 ,2). Durante esse período, a produção de estrogênio e progesterona se reduz. Embora se fale muito sobre o estrogênio, a deficiência de progesterona é um fator crucial. De fato, ela explica sintomas como alterações de humor, ciclos irregulares e dificuldades para dormir. Assim, compreender seu papel permite lidar com essa mudança de forma eficaz e melhorar sua qualidade de vida.
Quais sinais físicos o seu corpo envia?
O desequilíbrio hormonal se manifesta por meio de vários sinais físicos. Embora os fogachos estejam principalmente ligados ao estrogênio, a falta de progesterona contribui para o quadro geral (2). O sinal mais evidente é a alteração do ciclo menstrual (3), com períodos que podem se encurtar ou se alongar e um fluxo que varia de leve a muito intenso (5).
Além disso, é comum que surjam ou piorem dores de cabeça e enxaquecas, acompanhadas de uma fadiga persistente que não melhora com o descanso (2 ,4). Outro sintoma revelador é o acne na menopausa, causado por um mecanismo hormonal diferente, no qual os andrógenos estimulam a produção de sebo (6).
O impacto emocional da deficiência de progesterona

O impacto da deficiência de progesterona também se estende à saúde mental. Essa hormona exerce um efeito calmante, pois modula receptores que promovem o relaxamento cerebral. Contudo, quando seus níveis caem, essa influência diminui. Consequentemente, pode surgir aumento da ansiedade, do estresse e da irritabilidade (1 ,2).
O sono também é afetado, tornando-se mais leve e menos reparador. Além disso, muitas mulheres relatam a chamada “névoa mental”, caracterizada por lapsos de memória e dificuldades de concentração (2, 3).
O que causa a deficiência de progesterona?
A principal causa desse déficit hormonal está ligada à fisiologia do ciclo menstrual. Durante a perimenopausa, a ovulação se torna irregular, e um ciclo sem ovulação não produz progesterona (4 ,7). Essa situação cria uma dominância estrogênica relativa, em que o estrogênio não é equilibrado adequadamente.
A ausência de progesterona leva a um sangramento uterino irregular, pode provocar infertilidade nessa fase e é a razão pela qual os sintomas pré-menstruais frequentemente se intensificam (2 ,5).
Riscos a longo prazo: além dos sintomas
O desequilíbrio hormonal pode trazer riscos significativos à saúde a longo prazo, sendo a osteoporose um dos mais importantes. Essa condição enfraquece os ossos, tornando-os mais frágeis. A queda abrupta do estrogênio acelera a perda de massa óssea (8).
Nesse contexto, o manejo da deficiência de progesterona é indispensável para um tratamento seguro. Adiciona-se progesterona à Terapia de Reposição Hormonal (TRH) para proteger o útero, permitindo que o estrogênio exerça seus benefícios protetores sobre os ossos de forma segura (9 ,10).
Soluções para a deficiência de progesterona
Para lidar com a deficiência de progesterona e seus sintomas, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é o tratamento mais eficaz. Entretanto, ela deve sempre ser discutida com um profissional de saúde. As principais opções incluem (9):
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Somente estrogênio: indicada para mulheres sem útero.
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Combinada sequencial: para mulheres com útero, na perimenopausa ou no primeiro ano após a menopausa.
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TRH combinada contínua: recomendada para mulheres com útero e mais de 12 meses após a última menstruação.
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Progesterona micronizada: é uma progesterona “idêntica ao corpo”, com a mesma estrutura da hormona natural.
Mudanças no estilo de vida que fazem diferença
Adotar hábitos saudáveis é essencial para o bem-estar geral. Essas mudanças atuam em sinergia com qualquer tratamento. Uma alimentação equilibrada, rica em gorduras saudáveis, zinco, magnésio e vitaminas, pode otimizar a função hormonal. Além disso, o controle do estresse é fundamental, pois o cortisol interfere na progesterona (7).
Práticas como yoga, meditação e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) são altamente eficazes. Finalmente, o exercício regular e uma boa higiene do sono são cruciais para reduzir o estresse, melhorar o descanso e preservar a densidade óssea (10).
Quando procurar ajuda médica profissional
Procure ajuda médica se os sintomas afetarem sua qualidade de vida (3). Para mulheres com mais de 45 anos, o diagnóstico é baseado nos sintomas, sem necessidade de exames de sangue. Sua experiência pessoal é a principal ferramenta de diagnóstico. O acompanhamento profissional é essencial para uma gestão segura, com revisões periódicas que ajustam o tratamento conforme suas necessidades (10).
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Referências bibliográficas
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