Síndrome das pernas inquietas: definição e características
A síndrome das pernas inquietas (SPI), também conhecida como doença de Willis-Ekbom, é uma condição do sistema nervoso que pode ocorrer na menopausa e na perimenopausa. Provoca sensações desconfortáveis nas pernas que são acompanhadas por uma vontade incontrolável de mover as pernas, de andar ou de parar de descansar (Mansur, 2021). O SPI é conhecido por afetar até 15% da população em geral (Guo, 2017). Ele também é conhecido por (Ohayon, 2012):
- Ser mais comum nas mulheres do que nos homens, especialmente nas mulheres grávidas.
- A idade é um fator de risco chave para o SPI, ocorrendo principalmente entre os 60 e 70 anos de idade.
- Ser também uma das principais causas de distúrbios do sono durante a menopausa e perimenopausa (Seeman, 2020).
Com tudo isso, torna-se um pouco mais claro o quanto a síndrome das pernas inquietas é um problema que afeta muitas mulheres, diminuindo sua qualidade de vida. Mas por que isso acontece? Hoje explicamos isto e muito mais sobre este sintoma da menopausa.
Por que ocorre a síndrome das pernas inquietas?
Embora ainda não se compreenda completamente por que ocorre a síndrome das pernas inquietas, conhecemos o seguinte (Seeman, 2020):- Geralmente, existe uma deficiência de ferro que pode ser devida a certas condições, tais como gravidez ou deficiência nutricional.
- A deficiência de ferro também resulta na diminuição da oxigenação dos neurônios.
- Há também uma alteração na função da dopamina, uma importante substância química cerebral, causada pela deficiência de ferro.
- Existe uma ligação entre a SPI e a deficiência de cálcio e vitamina D.
- Estas alterações podem não estar presentes em todos os casos da SPI; entretanto, acredita-se que a deficiência de ferro no cérebro seja o principal culpado.
A ação desses mecanismos leva a mudanças na função cerebral e nervosa. Isto faz que se produzam sinais que são interpretados pelo cérebro como as sensações incômodas da SPI.
Quais são os sintomas da síndrome das pernas inquietas?
Embora o principal sintoma da síndrome das pernas inquietas seja a sensação de desconforto, ela também pode ser acompanhada por outros sintomas e características, tais como (Mayo Clinic, 2020):- Sensação de dor, coceira, ardor, cólicas, dormência ou um choque elétrico nas pernas.
- Eles geralmente aparecem depois da pessoa descansar, depois de sentar ou ficar parado por um período de tempo.
- A tendência é de ser pior à noite.
- Também pode ser acompanhada por espasmos noturnos ou movimentos involuntários das pernas durante o sono.
Observe que estas características, assim como a intensidade dos sintomas, variam de pessoa para pessoa.
Existem causas para acelerar seu desenvolvimento?
Como temos já visto, certas alterações devem ocorrer para que a síndrome das pernas inquietas se desenvolva. Neste sentido, há algumas condições nas quais é mais comum apresentar ou piorar os sintomas. Por exemplo (Guo, 2017):- Gravidez: até 25% de todas as mulheres grávidas têm SPI, provavelmente devido à necessidade extra de ferro.
- Pacientes em hemodiálise: a doença renal causa mudanças na absorção de dopamina, contribuindo para o início da SPI.
- Hereditariedade: algumas pessoas são conhecidas por terem genes que as tornam predispostas à SPI de forma precoce.
- Menopausa: embora não se saiba por que isso acontece, pensa-se que a menopausa é uma causa importante do início da SPI e até mesmo o agravamento dos sintomas (Seeman, 2020).
Além disso, tal predisposição também ocorre igualmente na menopausa cirúrgica; aquela que acontece depois à cirurgia ou tratamento médico que diminui a função ovariana (Huo, 2021). Tudo isso sugere que a menopausa é um fator chave para o início e desenvolvimento da SPI.
Referências Bibliográficas
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