A infecção por fungos e a menopausa. Há relação?
Você sabia que pelo menos três de cada quatro mulheres já tiveram alguma infecção por fungos vaginais em algum momento da sua vida? E que a menopausa pode aumentar o risco de ter essas infecções? (Mayo Clinic, 2021). A seguir, lhe contamos tudo o que você precisa saber sobre as infecções vaginais por fungos. Assim, você entenderá como elas se produzem, como podem ser tratadas e, claro, como preveni-las.
O que é uma infecção por fungos vaginais?
A infecção por fungos vaginais, também chamada candidíase vaginal, se produz quando um fungo, geralmente a candida albicans, infecta o interior da vagina (Willems et al., 2020). É importante recalçar que esse fungo habita normalmente na microbiota humana, e é por isso que ele somente vira um problema quando, por algum motivo, o corpo é incapaz de controlar seu crescimento e reprodução. Quando isso acontece, é comum que infecte a vagina, ainda que também pode-se encontrar:
- Na boca
- Na garganta
- E até mesmo na pele (Willems et al., 2020).
Por que aparecem as infecções por fungos na menopausa?
A vagina tem, normalmente, uma mistura de microrganismos no seu interior, como por exemplo, bactérias como os lactobacillus e fungos como a cândida. Eles habitam o interior do corpo e costumam estar em perfeito equilíbrio, de forma que não produzem sintomas nem desconforto. Os lactobacillus se encontram em maior proporção e sua função é conseguir que a vagina seja ácida, e isso, por sua vez, evita um crescimento excessivo dos fungos (Willems et al., 2020). Porém, quando ocorre algum desequilíbrio, os fungos tomam o controle e começam a crescer de forma descontrolada, invadindo a vagina e dando origem à infecção por fungos (Willems et al., 2020). Durante a menopausa, a quantidade de estrógenos (hormônios) que circulam pelo sangue diminui. Existem evidências científicas de que essa diminuição faz com que a flora normal da vagina sofra alterações, além de:
- Diminuir a quantidade de lactobacilos.
- E aumentar o risco de que bactérias e fungos cresçam de forma descontrolada (Kim et al., 2017).
Fatores de risco Como foi comentado, o simples fato de ser mulher já te faz propensa a ter uma infecção por fungos vaginais; mais ainda se você está na menopausa. No entanto, existem alguns fatores que podem aumentar o risco de sofrer essa doença. Entre eles, os seguintes (Goje, 2021):
- Uso de antibióticos: Os antibióticos podem eliminar as bactérias protetoras da vagina.
- Diabetes não controlada: As pessoas com diabetes e um mal controle da glucose no sangue são mais propensas a padecer candidíase.
- Sistema imune deteriorado: Qualquer condição que debilite o sistema imune, como o HIV ou o câncer, favorece a candidíase. Isso porque o corpo não é capaz de lutar contra a infecção.
- Uso de um dispositivo intrauterino como método anticonceptivo.
Sinais e sintomas da infecção por fungos
Uma infecção por fungos vaginais pode-se apresentar de forma diferente em cada mulher. Algumas apenas têm desconfortos, enquanto outras apresentam todos os sintomas. As doenças mais comuns são (MedlinePlus, 2019):
- Fluxo anormal de cor branca e de textura espessa. Os médicos definem que tem o aspecto do leite azedo.
- Vermelhidão da zona da vulva e a vagina.
- Coceira ou irritação na vulva similares às da atrofia vaginal.
- Também podem aparecer irritações na região genital.
- Raras vezes ocasiona dor pélvica ou vaginismo (que é um espasmo doloroso da vagina).
Generalidades do diagnóstico e tratamento
Os sinais e sintomas são bastante característicos da doença, facilitando o diagnóstico. Ainda assim, é possível que o especialista pegue uma amostra do fluxo para examinar. No laboratório, é possível observar os fungos e confirmar a infecção. Esse passo é importante para descartar outros tipos de vaginite, como a causada por infecções bacterianas ou parasitárias (Goje, 2021). Esse tipo de infecções respondem, normalmente, muito bem aos medicamentos anti-fungos de origem tópico aplicados através de cremas, óvulos ou gels vaginais. Mas existem casos em que a candidíase é mais complicada, como por exemplo (Mayo Clinic, 2021):
- Quando aparece em mulheres grávidas, pessoas com diabetes ou VIH.
- Se o agente causal é outro fungo não tão comum.
- No caso de sinais e sintomas graves, como um avermelhamento extremo com desgarros, feridas ou rachaduras na pele.
- Quando o problema é recorrente, com quatro ou mais episódios por ano.
Nestes casos, o tratamento pode ser mais extenso e poderá ser necessário incluir o uso de medicamentos antifungos por via oral (Mayo Clinic, 2021; Goje, 2021; Willems et al., 2020).
Como prevenir uma infecção por fungos na menopausa?
A menopausa vem acompanhada de mudanças a nível dos genitais, mais especificamente da vagina. Isso faz com que você seja mais propensa a sofrer infecçōes por fungos. No entanto, você pode prevenir esse problema com hábitos muito simples de cuidado íntimo (Mayo Clinic, 2021):
- Limpe sua zona genital com água morna e produtos suaves.
- Existem limpadores vaginais que ajudam a conservar a acidez na zona e combater o crescimento dos fungos.
- Evite os banhos vaginais, os produtos íntimos muito perfumados, as toalhas higiénicas ou os tampōes.
- Use roupa íntima de algodão e não tão ajustada ao corpo.
- Tente evitar, na medida do possível, as banheiras jacuzzi e os banhos muito quentes.
- Não fique com roupa de banho ou conjuntos de ginásio úmidos por muito tempo.
- Procure consumir antibióticos só quando seja necessário e receitado por um médico.
A verdade é que a infecção por fungos vaginais é um problema comum em mulheres, sem importar sua idade. Frequentemente gera desconforto localizado na vagina mas, afortunadamente, em geral, não é grave e melhora com tratamentos tópicos. E o que é muito bom: a prevenção da infecção com medidas higiénicas muito simples é eficaz inclusive durante a menopausa.
Bibliografía
1. Goje, O. (2021). Infección vaginal por levaduras (candidiasis). *Manual MSD*. https://www.msdmanuals.com/es-ve/hogar/salud-femenina/infecciones-vaginales-y-enfermedad-inflamatoria-p%C3%A9lvica/infecci%C3%B3n-vaginal-por-levaduras-candidiasis
2. Kim, J.M., & Park, Y.J. (2017). Probióticos en la prevención y el tratamiento de infecciones vaginales posmenopáusicas: artículo de revisión. *Revista de medicina menopáusica*, 23(3), 139–145. https://doi.org/10.6118/jmm.2017.23.3.139
3. Mayo Clinic. (2021). Candidosis vaginal. https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/yeast-infection/symptoms-causes/syc-20378999
4. MedlinePlus. (2019). Candidosis vaginal. https://medlineplus.gov/spanish/ency/article/001511.htm
5. Willems, H., Ahmed, S.S., Liu, J., Xu, Z., & Peters, B.M. (2020). Candidiasis vulvovaginal: una comprensión actual y preguntas candentes. *Revista de hongos (Basilea, Suiza)*, 6(1), 27. https://doi.org/10.3390/jof6010027
Você Também Pode Gostar
JUNTE-SE A NÓS E GANHE 10% DE DESCONTO
Inscreva-se em nosso boletim informativo para acessar recursos, orientações e suporte gratuitos.