Alterações de humor na menopausa: o que ninguém lhe diz
Você sabia que, no Brasil, muitas mulheres que passam pela menopausa sofrem com as alterações de humor? Embora seja um problema comum, a maioria não reconhece que o tem. Por isso, se você está passando pela mesma situação, não tenha medo! Aqui, acompanhamos você nesta nova etapa e esclarecemos todas as suas dúvidas.
O que são as alterações de humor durante a menopausa?
Também conhecido como transtornos de humor, é uma condição em que uma pessoa experimenta muitas emoções em poucas horas. Pode ser raiva, frustração, tristeza e depressão. Seu início é imprevisível, e a pessoa não consegue sair da tempestade de emoções (Sarang, 2019). É necessário esclarecer que não estamos falando de sintomas de desordem bipolar. Tenha em mente que esta doença, embora também possa aparecer nesta fase nas mulheres, não é um produto da menopausa.
O que causa essas alterações de humor?
Desde a perimenopausa, há uma diminuição dos hormônios que regulam o ciclo menstrual, chamados progesterona e estrogênio. Este último está ligado a muitas funções cerebrais. Portanto, sua diminuição causa:
- Déficits de memória.
- Falta de concentração.
- Dificuldade na solução de problemas.
- Alterações de humor.
Além disso, existem também as alterações relacionadas a idade: infertilidade, mudanças na vida profissional da mulher, envelhecimento, doença e morte dos pais, conflitos matrimoniais e saída dos filhos de casa (conhecida como síndrome do ninho vazio). Finalmente, os sintomas da menopausa, tais como os fogachos e insônia, pioram a situação, até o ponto em que a pessoa começa a ter cada vez menos controle sobre sua vida. Ela pode até se sentir deslocada ou inútil frente aos desafios desta etapa (Dorador e Orozco, 2018).
Alterações de humor mais frequentes na menopausa
Os sintomas mais frequentemente de alterações de humor encontrados no período da menopausa são: depressão, ansiedade, irritabilidade, baixa autoestima, tendência ao choro e nervosismo. Os dois primeiros são os mais importantes, pois têm um impacto na qualidade de vida.
Depressão
É mais comum em pessoas que sofreram com isso no passado, têm membros da família que sofrem com esse problema ou são donas de casa. Entretanto, durante a menopausa, é 2 a 4 vezes provável que ela apareça pela primeira vez. Em caso de depressão crônica, os sintomas aumentam durante esta etapa (Távara, 2021). Ela pode se apresentar como:
- Cansaço.
- Indiferença.
- Choro fácil.
- Sentimento de viver sem sentido e sem projetos estruturados.
- Melancolia.
- Desânimo.
- Tristeza.
- Desilusão.
- Desmotivação.
- Raiva.
- Frustração.
Ansiedade
É uma preocupação normal com um problema. Entretanto, torna-se uma doença quando há uma resposta é exagerada, não há ameaça real, ou dura muito tempo. Isto acaba interferindo na capacidade de analisar e funcionar nas atividades cotidianas (Hantsoo e Epperson, 2017).
Complicações das alterações de humor
Elas diminuem a qualidade de vida da pessoa e atrapalham o ambiente familiar. A depressão, por si só, afeta a maneira de se relacionar com outras pessoas, as relações sexuais e a autoestima. Nos casos mais graves, pode até mesmo levar a pensamentos ou tentativas suicidas. Da mesma forma, pode haver isolamento social devido à ansiedade. O maior obstáculo é que a própria pessoa não reconhece que tem um problema. Mais isso vai além de uma tristeza passageira (Távara, 2021).
Medidas que ajudam a melhorar as alterações de humor
- Terapia de reposição hormonal. Isto significa que seu médico prescreve doses controladas de estrogênio e progesterona.
- Alguns antidepressivos podem ser usados. Todos eles devem ser prescritos por um profissional.
- Treinamento cardiovascular, com 30 minutos de atividade do tipo aeróbico, 4 vezes por semana.
- Exercícios de força ou tonificação. Isto deve ser feito com um profissional e adaptado às necessidades e capacidade de cada indivíduo.
- Terapias alternativas, herbalismo (medicina natural), acupuntura, hipnose, ioga, massagem, aromaterapia e relaxamento.
- Hábitos de vida saudável.
Não há dúvida de que as alterações de humor afetam a qualidade de vida durante a menopausa. Só porque é um sintoma comum, não significa que seja normal. Portanto, se você pensa que está passando por algum destes problemas, não hesite em consultar um especialista. Lembre-se de que a saúde mental é tão importante quanto a saúde corporal.
Referências Bibliográficas
1. Dorador, M., & Orozco, G. (2018). Síntomas Psicológicos en la Transición Menopáusica. *Revista Chilena de Obstetricia y Ginecología*, 83(3), 228–239. https://doi.org/10.4067/s0717-75262018000300228
2. Górecka, K., & Krzyżanowska, M. (2022). Prevalence of menopausal hormone therapy and alternative methods, health benefits experienced by peri- and postmenopausal Polish women. *Menopausal Review*, 21(1), 27–36. https://doi.org/10.5114/pm.2022.113731
3. Gordon, J. L., Rubinow, D.R., Eisenlohr-Moul, T.A., Xia, K., Schmidt, P.J., & Girdler, S.S. (2018). Efficacy of Transdermal Estradiol and Micronized Progesterone in the Prevention of Depressive Symptoms in the Menopause Transition. *JAMA Psychiatry*, 75(2), 149. https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2017.3998
4. Hantsoo, L., & Epperson, C. (2017). Anxiety Disorders Among Women: A Female Lifespan Approach. *Focus: Journal of Life Long Learning in Psychiatry*, 15(2), 162–172. https://doi.org/10.1176/appi.focus.20160042
5. Molina, J., Marín, A., Vargas, N., Rojas, S., Lopera, J., Cardona, J., Rodríguez, L., Jaramillo, L., Martínez, L., Rodríguez, M., & Hormaza, M. (2017). Características clínicas de mujeres menopáusicas de una clínica privada de la ciudad de Medellín, Colombia. *Ginecología y obstetricia de México*, 85(4), 234-240. http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0300-90412017000400004&lng=es&tlng=es
6. Sarang, N. (2019). Life of women during menopause; Can physical exercise give relief? *International Journal of Physical Education, Sports, and Health*, 6(3), 23–26. https://www.kheljournal.com/archives/?year=2019&vol=6&issue=3&part=A&ArticleId=1462
7. Távara, M. (2021). Tipo de depresión durante el climaterio. *REDIELUZ*, 11(2), 107–113. https://www.produccioncientificaluz.org/index.php/redieluz/article/view/37608/41273
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